«Há um efeito secundário fantástico em aceitar-se exactamente como é: também começa a aceitar as outras pessoas como elas são. Pode não acontecer de imediato, mas começa decididamente a acontecer. E acontece por uma razão muito simples: sempre que você julga outras pessoas, isso provém de uma não-aceitação de si mesmo em todas as suas partes.
O próprio Jesus começou a insinuá-lo quando disse: "Amai-vos uns aos outros como a vós próprios." Ora, eu sei que ele não teve o privilégio de treinar em teoria psicanalítica Gestalt naquela época, mas deixou ficar de fora uma coisa muito importante: que a maior parte das pessoas não se amam a si próprias de todo. E é por não se amarem a si próprias que são tão merdosas com as outras todas.
Desculpa, Jesus, mas posso sugerir que teria sido uma dica melhor: "Amem-se a si próprios, meus, e começarão a amar todos os outros e podemos juntar-nos todos numa espécie de grande festival hippie de amor livre e descalçar as sandálias e esfregar as barbas uns nos outros. Paz e amor, meus."
Talvez Jesus tenha dito mesmo isso, mas os velhos tradicionalistas Mateus, Marcos, Lucas e João retiraram as partes boas. Judas provavelmente estava lá sentado a fumar um charro dizendo: "Eh, meus, e aquela parte que Ele disse sobre o festival do amor? Foi o máximo!"
E Mateus virou-se e esmurrou-o.
Judas protestou: "Porra, meu, foi só uma ideia."
E Lucas pôs-se de pé e deu-lhe um pontapé com força nos tomates.
Judas calou-se depois disso.»
John C. Parkin [obrigado a GoVegan ;)]