terça-feira, 3 de julho de 2012
Carneirada passiva
«... depois de o governo ter falhado todos os objectivos orçamentais da sua política, conseguindo aumentar o desemprego, diminuir as receitas fiscais e não atalhar o défice, ao mesmo tempo que destruiu grande parte da economia nacional – o primeiro-ministro Passos Coelho insista em soletrar o rumo que lhe é ditado por Berlim. A troika e Gaspar parecem plasmar a célebre fórmula: o Memorando nunca se engana, a realidade é que está errada. A reacção do governo vai ser pavloviana, apesar deste rumo nos ter trazido ao desastre, os governantes vão sublinhar a necessidade de aprofundar o caminho das “reformas estruturais” e a necessidade de fazer mais sacrifícios.
É óbvio que o falhanço do governo é apenas aparente. O executivo não quis resolver a crise económica, o seu objectivo foi usar a crise económica para fazer uma autêntica revolução conservadora, baixando abruptamente salários e destruindo o pequeno Estado Social existente. A manutenção da crise vai ser usada para forçar ainda mais esta mudança. Os nossos governantes contam, para isso, com a internacionalmente elogiada “paciência com que os portugueses estão a suportar os sacrifícios”. Ao contrário do que nos garantem, este estado de inacção será mais responsável pelo nosso desastre do que pelo nosso progresso.»
Nuno Ramos de Almeida
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