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quinta-feira, 17 de abril de 2014

Muito mais na vida para além do trabalho

"Ces misères individuelles et sociales, pour grandes et innombrables qu'elles soient, pour éternelles qu'elles paraissent, s'évanouiront comme les hyènes et les chacals à l'approche du lion, quand le prolétariat dira: "Je le veux." Mais pour qu'il parvienne à la conscience de sa force, il faut que le prolétariat foule aux pieds les préjugés de la morale chrétienne, économique, libre penseuse; il faut qu'il retourne à ses instincts naturels, qu'il proclame les Droits de la paresse, mille et mille fois plus nobles et plus sacrés que les phtisiques Droits de l'homme, concoctés par les avocats métaphysiciens de la révolution bourgeoise; qu'il se contraigne à ne travailler que trois heures par jour, à fainéanter et bombancer le reste de la journée et de la nuit."

"Estas misérias individuais e sociais, por muito grandes e numerosas que sejam, por eternas que pareçam, desaparecerão como as hienas e os chacais à aproximação do leão, quando o proletariado disser: “Quero isto.” Mas para que ele venha a ter consciência da sua força, é preciso que o proletariado calque aos pés os preconceitos da moral cristã, económica, livre-pensadora; é preciso que ele regresse aos seus instintos naturais, que proclame os Direitos à Preguiça, milhares de vezes mais nobres e sagrados do que os tísicos Direitos do Homem, digeridos pelos advogados metafísicos da revolução burguesa; que ele se obrigue a trabalhar apenas três horas por dia, a mandriar e a andar no regabofe o resto do dia e da noite."

"These individual and social miseries, however great and innumerable they may be, however eternal they appear, will vanish like hyenas and jackals at the approach of the lion, when the proletariat shall say “I will”. But to arrive at the realization of its strength the proletariat must trample under foot the prejudices of Christian ethics, economic ethics and free-thought ethics. It must return to its natural instincts, it must proclaim the Rights of Laziness, a thousand times more noble and more sacred than the anaemic Rights of Man concocted by the metaphysical lawyers of the bourgeois revolution. It must accustom itself to working but three hours a day, reserving the rest of the day and night for leisure and feasting."

Paul Lafargue

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