A chantagem da dívida, juros faraónicos e privatizações a preços de saldo

«a Tróica e o seu patrão que é o imperialismo germânico, ao pretenderem "resgatar" a "dívida soberana" de Portugal – tal como já tinha feito com as "dívidas" da Grécia e da Irlanda -, não o fazia movida por um sentimento de "solidariedade" ou de "ajuda" aos povos e países que constituem o "elo mais fraco" da cadeia capitalista na Europa.

Fazia-o, e continua a fazer, porque vê nestes "resgates" mais uma fonte de lucros, quer por virtude dos juros faraónicos que cobra sobre os "empréstimos" que efectua, quer por virtude da exigência do cumprimento de um "plano de privatizações", a preços de saldo, que proporcione o domínio do grande capital sobre serviços até agora considerados públicos, como sejam os transportes, a água, o gás, a electricidade, a energia, as telecomunicações, entre muitos outros sectores e que a burguesia entende que, devidamente "limpa de gorduras excedentárias" (leia-se, de trabalhadores) podem ser mais uma fonte de acumulação de riqueza para essa classe.

Perante tal chantagem, primeiro o PS e, agora, este governo de traição PSD/CDS-PP, capitularam em toda a linha com a Tróica e os interesses que esta defende, preferindo impor aos trabalhadores o pagamento de uma dívida que ninguém sabe a quanto monta, a quem se deve e porque é que se deve.»

Luis Júdice

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