Não há nada mais perigoso do que um primeiro-ministro que não se importa com eleições e que aja em coerência, pois isso permite-lhe fazer tudo, à margem da sociedade, num plano que, seguramente, já contempla o descontentamento generalizado.
E como se explica isso? Em primeiro lugar (...) as perspectivas de ganhar um segundo mandato são escassas. Em segundo lugar, quem diz que dois mandatos são melhores do que um, sobretudo se a seguir vier uma tarefa mais bem remunerada e menos desgastante? Em terceiro lugar, se é para defender interesses privados, um mandato pode ser suficiente. A quarta e última razão é mais preocupante.
Trata-se do facto de existir, na sociedade portuguesa, uma herança ditatorial que não só não está morta, como pode ser reavivada, embora em outros moldes.»
Pedro Lains
http://www.ionline.pt/opiniao/reinvencao-da-ditadura
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