terça-feira, 30 de setembro de 2014
segunda-feira, 29 de setembro de 2014
Another Paste-Up Is Ready
Mais um paste-up pronto. Desde medir o papel, cortar sobre superfície lisa e pintar, cada cartaz deste tipo costuma requerer cerca de 3 horas até aparecer neste blog. A isso acrescente-se o tempo dispendido na localização do spot e consequente colagem.
E daí em diante está entregue a oferenda, pertence a todos. Contemporâneos atentos, concidadãos solidários, somos todos vizinhos uns dos outros nas cidades do mundo!
A obra pode durar um ano ou um dia, um mês ou uma hora. É o tempo de uma vida! Ver, refletir, significar.
Abraços Amigos!
First we measure the paper, then we cut and paint it. This kind of paste-up is never ready before at least three hours of dedicated labor.
So here it is, waiting for some pasting action. It may last a hour or a month, a few days or a year, it doesn't matter. Truly Street Art may never reach the internet.
This poster is a loving gift to the neighbourhood. Let's hug each other as a friendly community.
domingo, 28 de setembro de 2014
Tonalidade AZUL
Recuperemos a noção de que são TREZE as cores que a nossa percepção genericamente identifica. Cada uma destas cores produz em nós uma sensação psicológica autónoma e independente, que não pode ser substituída por nenhuma outra.
No caso dos diversos tons de azul, eles resultam de combinações específicas, por vezes muito sutis, das dimensões saturação e luminosidade.
As nomeações possíveis são então inúmeras: ciano, turquesa, azul-da-Prússia, azul-bebé, azul-elétrico, azul-petróleo, azul-lagoa, azul-de-Paris, turquesa-cobalto, cor de amora, verde-azulado, índigo, azul-marinho, azul-marina, azul metálico, azul-cosmos, violeta azulado, esmeralda, azul-acinzentado, cor de uva, azul-berrante, azul-primário, azul-real, smurf, azul-médio, azul-lilás, safira, azulete, azul-pálido, azul-pastel, miosótis, azul-Vermeer, ...
sábado, 27 de setembro de 2014
sexta-feira, 26 de setembro de 2014
Estênceis grandes debaixo do braço
Pode ser difícil passar despercebido quando se transportam estênceis grandes pelas ruas.
It can be hard to stay unnoticed when carrying big stencils throughout the streets.
quinta-feira, 25 de setembro de 2014
Tinta na semana passada, fotografia nesta
Há paredes pintadas que nunca chegam a ser fotografadas. Esta em particular, no Monte Estoril, costumava conservar os desenhos por dois ou três anos. Mas já não é assim. Desde há alguns aninhos que tudo o que ali se faz é apagado poucos dias depois, com sorte dura um mês ou dois. Conseguimos que este desenho azul fosse fotografado alguns dias após ter sido pintado. Não deve durar muito mais...
There are paintings that we never get to photograph at daylight. This wall in particular used to keep murals for two or three years. Not anymore. Since a few years ago, everything that goes on this wall in Monte Estoril is erased after a very short time, it could last for a month, for a week or it could remain only for a few days. So we managed to get a quick pic of this little Artwork before its blue colours are erased.
There are paintings that we never get to photograph at daylight. This wall in particular used to keep murals for two or three years. Not anymore. Since a few years ago, everything that goes on this wall in Monte Estoril is erased after a very short time, it could last for a month, for a week or it could remain only for a few days. So we managed to get a quick pic of this little Artwork before its blue colours are erased.
quarta-feira, 24 de setembro de 2014
Le Monde Diplomatique 1999-2002
Poucos são os que se podem orgulhar de conhecer e acompanhar a edição portuguesa do Le Monde Diplomatique desde o seu início, em 1999.
Os três primeiros anos culminaram com um CD comemorativo que incluía os artigos publicados, quer os traduzidos do francês quer os redigidos por autores nacionais.
Revirando os nossos arquivos, vasculhando gavetas, armários, caixas e dossiers antigos, estes foram os números que conseguimos localizar, mas há outros tantos relativos a esse período inicial que esperançadamente ainda podemos vir a recuperar.
Desde o princípio que o Le Monde Diplomatique tem vindo a desempenhar um papel decisivo no entendimento da Arte que vamos produzindo. Contra a corrente dominante da imprensa superficial, manipuladora dos fatos e das opiniões, representante e conservadora dos poderes instituídos, indutora de comportamentos acríticos e massificados, o Le Monde Diplomatique é, pelo contrário, um espaço de reflexão insubstituível, responsavelmente bem informado, comprometido com a Verdade e a Justiça.
Na produção de imagens, quem desejar fazer mais do que simplesmente repetir as fórmulas do Belo repisado, mais do que desenhar coisas bonitinhas que ofuscam os olhos cansados, precisa de saber onde ir buscar informação verdadeira, que permita um olhar, no plano político-social, culturalmente sustentado.
Hoje, contra todas as forças obscuras que a desejariam amordaçada, a voz portuguesa do Le Monde Diplomatique mantém-se ativa na sua missão de esclarecer e provocar o debate plural, democrático e alternativo. Já são mais de 15 anos!
Tu aí, participa! Sugerimos que compres o teu jornal todos os meses. Ou assines. Contribui para que haja verdadeira liberdade de imprensa.
terça-feira, 23 de setembro de 2014
O tabu da nacionalização
"As nacionalizações foram temidas, em Portugal, pelos ricos e poderosos desde a Revolução de Abril; foram revertidas pelas décadas de privatizações neoliberais, logo a partir do primeiro cavaquismo; foram olhadas como um papão, ou tabu que mais valia silenciar, mesmo à esquerda, para evitar rótulos de «negação passadista e meramente ideológica da economia mista». Definidas como «apropriação por um Estado de uma indústria ou outra actividade económica anteriormente explorada por uma entidade privada», segundo os dicionários, elas pareciam destinadas a desaparecer, nos tempos mais próximos, como proposta política. Não por acaso, a governação austeritária recuperou-as no sector bancário, só quando está iminente uma situação de falência mas abdicando alegremente de ter um papel activo, quer na gestão das empresas em que investe fundos públicos, quer na definição de regras e políticas que poderiam reconduzir os recursos e a economia para finalidades como o emprego, o combate às desigualdades e o Estado social.
[...] A política e o futuro das sociedades faz-se de escolhas. Em democracia, as escolhas que são feitas à revelia dos cidadãos e contra eles não podem subsistir. Hoje, a grande maioria dos cidadãos, mais ao menos politizados, não consegue compreender, nem muito menos aceitar, que na agenda política dos que defendem democracia e justiça social não esteja um combate corajoso ao pacto de suicídio que nos é imposto pela União Europeia e pelo euro. Esperam que se trave esse combate, mesmo sabendo que ele é duro e impõe escolhas difíceis. Esperam que a canalização de dinheiros públicos, parcos e finitos, seja inseparável da exigência de contrapartidas que defendam o interesse público e as finalidades do Estado, não gastando mais um cêntimo que seja a arcar com prejuízos sem nunca ter acesso aos lucros. O nome disto pode ser desprivatização, socialização, popularização, comunitarização, nacionalização… Pode ser até nacionalização boa. Mas as esquerdas não podem ficar reféns de tabus."
Sandra Monteiro
segunda-feira, 22 de setembro de 2014
Step By Step
E foi deste modo que se abriu uma janela com vista panorâmica sobre o oceano ondulante e radioso.
And this is how we opened a window to a panoramic view of the shining heat of the Atlantic Ocean.
And this is how we opened a window to a panoramic view of the shining heat of the Atlantic Ocean.
domingo, 21 de setembro de 2014
O velho assistencialismo castigador dos pobres
"O Estado continua a não ser capaz de se activar para promover em quantidade e qualidade as medidas de inserção a que se comprometeu no texto e no espírito da legislação que regula a medida [Rendimento Social de Inserção -- RSI]. Mais, o Estado tem vindo a transformar-se de parceiro para a inserção dos desfavorecidos em mero polícia dos "incumpridores" e "castigador" dos fraudulentos, na sua maior parte imaginários, como no caso dos depositantes milionários.
Hoje, com o alargar da crise, o Estado divulga dados que dão o número de beneficiários do RSI como estando em queda. Com o que sabemos da situação social do país, este é um indicador seguro da asfixia administrativa a que a medida está submetida. Nesta medida, como noutras, o país orgulha-se de diminuir a cobertura das políticas sociais quando os problemas se agudizam. E todos assistimos ao lento agonizar das medidas de política social activa, na luta contra a pobreza como no desemprego.
Hoje o Estado Social Activo é um projecto [...] sem apoio nem sequer compreensão das hierarquias e das direcções políticas, que voltaram ao velho assistencialismo e ao lado disciplinador dos pobres do liberalismo mais destituído de sentido de solidariedade.
Aos 18 anos, o RSI está doente. Contudo, ao contrário do que muitos vaticinavam em 1996, não desapareceu nem provocou nenhum cataclismo de despesa pública."
Paulo Pedroso
sábado, 20 de setembro de 2014
Este Governo mente sobre o número de desempregados
"se entre o primeiro trimestre de 2002 e Junho de 2011 o número médio de «desempregados ocupados» rondava os 24 mil (que nunca chegaram a representar mais de 7% face ao número de desempregados apurado pelo IEFP), desde Setembro de 2011 o número de «desempregados ocupados» passou a situar-se, em média, nos cerca de 94 mil (atingindo-se o recorde de 171 mil em Junho passado), que representam aproximadamente 20% face ao número de desempregados do IEFP. O que significa, portanto, que 1 em cada 5 desempregados não é contabilizado enquanto tal, fazendo assim parte das situações de emprego fictício.
[...]
Se à manipulação estatística da formação profissional juntarmos a emigração e a «exportação de desempregados», a precariedade associada a uma parte significativa do emprego criado ou o peso relativo dos desempregados que desistiram de procurar emprego [...], percebemos como é frágil e ilusória a propaganda governamental em torno da redução do desemprego e dos «sinais» de retoma da economia. Confirmando, aliás, o fracasso da profecia dos partidos do governo, segundo a qual caberia à iniciativa privada (e ao esmagamento do papel do Estado) o papel de «chave-de-ignição» da suposta retoma (descobrindo-se contudo que mais de metade do novo emprego criado no último ano foi, afinal, subsidiado pelo Estado)."
Nuno Serra
sexta-feira, 19 de setembro de 2014
Summer Series 2014 #7
Às portas do outono, derrete-se o verão europeu: foi bom enquanto durou.
Welcome autumn! Bye bye european summer: it was good while it lasted.
quinta-feira, 18 de setembro de 2014
Haja sorte antes que amanheça
We are going out carrying a few cans. Let's see what happens... Let's hope we find a nice street to go for some bombing just before dawn. Wish us good luck! We wish you a beautiful day!
quarta-feira, 17 de setembro de 2014
O desemprego e os números mentirosos do governo
"Quem já não procura emprego há mais de seis meses também é eliminado das estatísticas. E assim com menos 300 mil emigrados, mais de 170 mil a fazer cursos de formação e mais uns largos milhares que já desistiram de procurar emprego, o desemprego comprime-se, compacta-se, é combatido e esmagado.
[...] A diretora-geral do FMI há-de começar mesmo a interessar-se pelo assunto e quererá novos dados, quantitativos e qualitativos. Quanto aos quantitativos, há de ficar espantada como um Governo que esperava mais de 17% de taxa de desemprego para este ano, já reduziu a sua pessimista previsão para pouco mais de 14%. Ficará, então, interessadíssima em saber como tal foi possível, que reformas foram feitas que deram tais resultados.
Alguém lhe terá então de explicar – ela seguramente chamará o dr. Vítor Gaspar, que é seu subordinado [...] Gaspar, de forma propositadamente lenta para ela perceber bem, dir-lhe-á o seguinte: em primeiro lugar, é preciso subir em 1/3 os impostos e cortar em 2/3 a despesa pública. Num segundo momento, é necessário subir os impostos em 2/3 e em cortar 1/3 na despesa. É também importante deixar disparar o desemprego [...] É igualmente importante que se diga ao povo que emigrar é uma grande oportunidade – e esperar que o bom povo perceba, emigrando de forma significativa. [...] A cereja em cima do bolo é colocar o Instituto de Emprego e Formação Profissional a fazer imensos cursos de formação. Como se sabe (a dra. Lagarde não sabe), quem está a fazer um curso de formação profissional deixa de contar para o desemprego."
Nicolau Santos
terça-feira, 16 de setembro de 2014
Contestar e resistir
"Percorridas quotidianamente por milhares de pessoas, as artérias metropolitanas oferecem uma vasta plateia àqueles que pretendem comunicar com a massa indistinta. A materialidade urbana pode, assim, ser usada não apenas como mecanismo de ordenação da cidade mas igualmente como refúgio de resistência, contestação e inversão da ordem. Uma arqueologia das expressões insurrectas na arquitectura urbana conduz-nos aos inevitáveis exemplos das palavras de ordem do Maio de 68 Francês, às pichações e murais políticos no Portugal da ditadura e do pós - 25 de Abril, aos escritos e graffitis presentes no muro de Berlim ou na Palestina ou, mais recentemente, ao graffiti inspirado na cultura hip-hop de origem nova-iorquina.
Diversas situações, histórica e geograficamente longínquas, anunciam a capacidade de actuação dos cidadãos nos interstícios físicos e sociais da metrópole contemporânea. No quotidiano, diferentes pessoas, agindo solitariamente ou em grupo, apropriam-se dos recursos concedidos pela matéria urbana inserta num campo de visibilidade, operando na sombra da vigilância do poder, reivindicando uma voz através do único canal que lhes é acessível: o espaço público."
Ricardo Campos (antropólogo)
segunda-feira, 15 de setembro de 2014
Privatização dos CTT: lucro de alguns, prejuízo de todos
"Os CTT representam o que de melhor, em termos de igualdade, pode representar um serviço público. A capacidade de entregar uma carta, uma encomenda ou seja o que for em qualquer parte do território nacional, mesmo no local mais remoto, e por um preço que não muda consoante o local para onde vai ou de onde parte, é algo apenas possível por um serviço público assente numa lógica antagónica àquela que se hegemoniza e que leva à sua destruição. Como tal, a luta contra a privatização dos CTT não é somente a defesa dos CTT, é muito mais do que isso."
Diogo Duarte
domingo, 14 de setembro de 2014
sábado, 13 de setembro de 2014
Um vasto império
"Eu tenho neste mundo um vasto imperio:
Meu nome em toda a parte, ou mais, ou menos
He venerado; mas na Luzitania
Tenho o pezo maior de minhas forsas."
Francisco de Paula Figueiredo (1792)
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