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terça-feira, 4 de novembro de 2014

Quotidiano estético, próximo e físico


"O que se pretende no graffiti, pichação, street-art e demais expressões, é uma espécie de ocupação da paisagem urbana, a conquista de um espaço de comunicação exposto para um público imenso e indeterminado.

O graffiti e a street art (também denominada por alguns como pós-graffiti) assumem, em muitos casos, uma evidente preocupação estética. O aperfeiçoamento estilístico e técnico, o desenvolvimentos de linguagens pictóricas singulares, são objectivos partilhados por muitos. Esta prática minoritária sugere uma dissociação entre a arte erudita (ou a cultura elevada) e aquilo que podemos denominar genericamente como arte de rua, mais alicerçada no dia-a-dia, no espaço público, na cultura de massas e nas novas tecnologias. E não é por acaso que este se assume como um domínio essencialmente juvenil. No contexto das culturas juvenis a fruição estética é mais próxima e física, pode-se tocar e sentir, colidindo com uma ideia de arte distanciada e contemplativa. Os bens estéticos expõem-se e criam-se nas paredes das cidades, no monitor do computador, nas câmaras digitais e no telemóvel, nos corpos tatuados, nos cadernos de desenhos, no quarto ou numa garagem recheada de instrumentos musicais. A estetização irrompe do quotidiano, com uma forte presença da visualidade que tudo abarca, da expressão corporal e do estilo, às tatuagens e piercings ou ao graffiti e street art."

Ricardo Campos

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