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quarta-feira, 30 de abril de 2014

Costah abraça Dalaiama no Porto =)




O nosso amigo do coração e verdadeiro street artist, Nuno Doc Costah, concedeu-nos a surpresa e a honra de uma participação no Street Art Axa Porto, num edifício na Avenida dos Aliados. A inauguração aconteceu hoje e a exposição, que conta com 22 artistas do Porto, prolonga-se até 1 de junho. Obrigado Mano! Que tudo continue a corre bem por aí! Abraços! =)

terça-feira, 29 de abril de 2014

Sticker Graffiti


"The relevance of stickers extends far beyond just the graff world. Literally defined, by Webster’s, Graffiti means an inscription or drawing, message or slogan, made on some public surface. Under this broad definition, almost all stickers seen in public could be considered graffiti."

Shepard Fairey

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Variações na história da pintura automóvel


"[...] salientar algumas grandes tendências na história das carroçarias das viaturas automóveis, desde o seu aparecimento, no final do século XIX. Podem-se mesmo distinguir, grosseiramente, três períodos. Desde as origens até ao final da Segunda Guerra Mundial, os automóveis eram, na sua maioria, quer pretos ou cinzentos, quer brancos ou creme, sendo a ausência de «verdadeira» cor devida, não a questões técnicas, ligadas à química industrial dos corantes, mas antes a considerações de moral social. Filho do capitalismo e da sociedade industrial, o carro devia, nos seus começos -- como muitos outros objetos e produtos -- apresentar cores discretas, honestas, dignas de cidadãos respeitáveis e de cristãos virtuosos (pensemos aqui no grande Henry Ford, fundador da dinastia, que por puritanismo não queria vender senão carros pretos). A partir dos anos cinquenta e até meados dos anos setenta, a tendência inverte-se, os carros pretos ou brancos tornam-se mais raros, os carros «a cores», mais numerosos. Depois, durante uma quinzena de anos, o movimento do pêndulo parte para o outro sentido: a moda já não está nas cores vivas, mas nas cores sóbrias e sombrias, especialmente o cinzento. [...]
No interior destes ciclos de longa duração, colocam-se os ciclos de menor duração, muitas vezes limitados geograficamente. Mas, como sempre, estes movimentos pendulares caracterizam-se através de fenómenos de moda e de snobismo. Quando toda a gente tem um carro preto, é «muito chique» ter um carro vermelho ou amarelo. Quando toda a gente tem um carro de cor viva, o máximo dos máximos é ter um carro cinzento. [...] estes movimentos de inversão [...] dizem respeito tanto ao carro, como ao vestuário, tanto ao vestuário, como aos objetos da vida quotidiana, às capas dos livros e das revistas [...] obedecem a ritmos rápidos, perturbando, desse modo, totalmente as escalas de valores (e portanto as classificações sociais) construídas sobre a cor."

Michel Pastoureau

domingo, 27 de abril de 2014

Latin America Going Left


"Latin America has been the success story of the world left in the first decade of the 21st century ... left or left-of-centre parties have won a remarkable series of elections during the decade. And collectively, Latin American governments have established for the first time a significant degree of distance from the United States. Latin America has become a relatively autonomous geopolitical force."

Immanuel Wallerstein (sociologist)

sábado, 26 de abril de 2014

25 de Abril SEMPRE!!!


"Hoje, o medo e o desespero que a realidade impõe só podem ser combatidos pela audácia de uma acção colectiva que recuse a liberdade totalitária dos credores, da armadilha da dívida, da Europa monetarista do Tratado Orçamental. São estas alavancas que podem evitar políticas de empobrecimento duradouro, seja por via da redução do poder de compra, seja por via da destruição do Estado social.

As liberdades que precisamos de ocupar, com a nossa presença e acção empenhadas, têm também de estilhaçar, tornando-o plural, o espaço que o liberalismo sequestrou para a sua narrativa do «natural», da «mudança impossível», da «inexistência de alternativas». O campo económico e o dos media são bons exemplos desse regime de quase-monopólio que os liberais querem impor a toda a sociedade, como se sonhassem com uma só lógica económica (a empresarial) e uma só lógica mediática (a da reprodução das narrativas dominantes).

[...] Sabemos, na pele, que só há liberdade a sério quando as agruras da sobrevivência estão resolvidas e podemos habitar as dúvidas e as incertezas das escolhas, o desconforto dos dilemas de viver. É aí, na liberdade a sério, que queremos estar".

Sandra Monteiro

sexta-feira, 25 de abril de 2014

25 de Abril: comemorar os 40 anos

Celebrar as conquistas de Abril!
Materializar os avanços que ainda estão por cumprir.
Refletir sobre a resignação imobilista, a passividade subserviente, os retrocessos civilizacionais que vamos permitindo que nos imponham!
Enquanto indivíduos e enquanto nação, somos os agentes da nossa própria história!

April 25th of 1974: 40 years of social revolution! We are a democracy they say. Are we? 
Who is waiting for an endless life?

quinta-feira, 24 de abril de 2014

The Poetry of Electric Night

“Our fantastic civilization has fallen out of touch with many aspects of nature, and with none more completely than with night. Primitive folk, gathered at a cave mouth round a fire, do not fear night; they fear, rather, the energies and creatures to whom night gives power; we of the age of the machines, having delivered ourselves of nocturnal enemies, now have a dislike of night itself. With lights and ever more lights, we drive the holiness and beauty of night back to the forests and the sea; the little villages, the crossroads even, will have none of it. Are modern folk, perhaps, afraid of night? Do they fear that vast serenity, the mystery of infinite space, the austerity of stars? Having made themselves at home in a civilization obsessed with power, which explains its whole world in terms of energy, do they fear at night for their dull acquiescence and the pattern of their beliefs? Be the answer what it will, to-day's civilization is full of people who have not the slightest notion of the character or the poetry of night, who have never even seen night. Yet to live thus, to know only artificial night, is as absurd and evil as to know only artificial day.”

Henry Beston (The Outermost House: A Year of Life On The Great Beach of Cape Cod)

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Insertion into the liveliness of a city


"The insertion of street art into unremarkable places accentuates the liveliness of a city — the fact that it is in constant motion, and thus subject to ongoing change."

Anna Waclawek

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Muito mais na vida para além do trabalho

"Ces misères individuelles et sociales, pour grandes et innombrables qu'elles soient, pour éternelles qu'elles paraissent, s'évanouiront comme les hyènes et les chacals à l'approche du lion, quand le prolétariat dira: "Je le veux." Mais pour qu'il parvienne à la conscience de sa force, il faut que le prolétariat foule aux pieds les préjugés de la morale chrétienne, économique, libre penseuse; il faut qu'il retourne à ses instincts naturels, qu'il proclame les Droits de la paresse, mille et mille fois plus nobles et plus sacrés que les phtisiques Droits de l'homme, concoctés par les avocats métaphysiciens de la révolution bourgeoise; qu'il se contraigne à ne travailler que trois heures par jour, à fainéanter et bombancer le reste de la journée et de la nuit."

"Estas misérias individuais e sociais, por muito grandes e numerosas que sejam, por eternas que pareçam, desaparecerão como as hienas e os chacais à aproximação do leão, quando o proletariado disser: “Quero isto.” Mas para que ele venha a ter consciência da sua força, é preciso que o proletariado calque aos pés os preconceitos da moral cristã, económica, livre-pensadora; é preciso que ele regresse aos seus instintos naturais, que proclame os Direitos à Preguiça, milhares de vezes mais nobres e sagrados do que os tísicos Direitos do Homem, digeridos pelos advogados metafísicos da revolução burguesa; que ele se obrigue a trabalhar apenas três horas por dia, a mandriar e a andar no regabofe o resto do dia e da noite."

"These individual and social miseries, however great and innumerable they may be, however eternal they appear, will vanish like hyenas and jackals at the approach of the lion, when the proletariat shall say “I will”. But to arrive at the realization of its strength the proletariat must trample under foot the prejudices of Christian ethics, economic ethics and free-thought ethics. It must return to its natural instincts, it must proclaim the Rights of Laziness, a thousand times more noble and more sacred than the anaemic Rights of Man concocted by the metaphysical lawyers of the bourgeois revolution. It must accustom itself to working but three hours a day, reserving the rest of the day and night for leisure and feasting."

Paul Lafargue

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Liberdades contra liberalismo


""O projecto liberal traz sempre a liberdade na ponta da língua, mas a sociedade que pretende criar, que está a criar, visa substituir as comunidades por sociedades de seres atomizados, entregues à sua sorte (ou à lotaria da classe em que nasceram).

Que liberdades podem ser proporcionadas, para já não dizer garantidas, por um projecto de sociedade que se organiza para empobrecer, esfomear, desempregar, precarizar, desocupar e expulsar a maior parte dos cidadãos de um país? Em rigor, o texto constitucional que fosse redigido pelo projecto liberal hoje, se fosse honesto, teria de assumir que entende as liberdades, não como laços que libertam, mas como um deslaçamento destinado a aprisionar a maioria… e a «libertar» alguns privilegiados.

Para ser conforme com a prática liberal, um tal texto teria de consagrar a liberdade de acumulação dos rendimentos para o capital e a liberdade de circulação de pessoas, mas só aquelas cuja pobreza não «incomoda». Garantiria a liberdade de circulação de mercadorias, produzidas pela mão-de-obra mais explorada, e a liberdade de criação de uma massa de trabalhadores desempregados e precarizados, para assegurar essa mesma exploração. Consolidaria a liberdade dos Estados de quebrar todos os contratos com os cidadãos, para o que é muito útil a instauração de um «estado de necessidade». Cuidaria, em contrapartida, da liberdade de honrar os contratos com os poderosos, a começar pelos credores financeiros e pelos detentores de propriedade privada – mesmo quando numa imensidão de casas desocupadas podiam habitar cidadãos que vivem nas ruas; mesmo quando as florestas e os campos são entregues ao fogo e ao abandono, em vez de serem fruídas e cultivados; mesmo quando a investigação de contas em offshores e paraísos fiscais podia canalizar para o orçamento público e para a economia verbas que agora só engrossam a riqueza, a fraude e a especulação."

Sandra Monteiro

terça-feira, 15 de abril de 2014

O desafio do Belo


“One day, in retrospect, the years of struggle will strike you as the most beautiful.”

Sigmund Freud

segunda-feira, 14 de abril de 2014

A cidade que todos podem


"Mas quem pode “ocupar” a cidade? Todos? Ninguém? Os órgãos públicos? Os representantes das classes favorecidas? Um grupo de grafiteiros?

É justamente no encontro com o diferente, na disputa por visibilidade, que novas possibilidades de construção do espaço urbano podem surgir. É na imprevisibilidade dos encontros que histórias inéditas acontecem, é no fluxo desordenado das ruas que é possível construir uma paisagem em movimento"

Glória Diógenes e Alessandra Oliveira

domingo, 13 de abril de 2014

Le Monde Diplomatique: um projecto de militância democrática, de liberdade e de resistência



"PARA NÃO PERDERMOS UMA INFORMAÇÃO RIGOROSA E ALTERNATIVA
É URGENTE MOBILIZAR NOVOS ASSINANTES

Caro(a) Amigo(a),

O jornal Le Monde diplomatique – edição portuguesa já é seu conhecido porque é cooperador, assinante, colaborador, leitor regular ou esporádico.

Por isso, sabe bem o que distingue a sua informação:
ü  não é neutra, como nenhuma o é, e assume um ponto de vista de crítica ao neoliberalismo e à austeridade;
ü  é rigorosa, fiável e verificável;
ü  faz a análise da actualidade nacional e internacional e propõe pistas que promovam mais liberdade e mais igualdade;
ü  apresenta pontos de vista alternativos, com independência, alargando o espaço de debate e abrindo outras perspectivas de análise.

Porém, a crise económico-financeira também atingiu o Le Monde diplomatique – edição portuguesa: a venda em banca tem vindo a diminuir, tal como o número de assinantes.
Com a quebra de vendas verificada desde há alguns meseso jornal não tem sustentabilidade e a sua continuidade não está assegurada.

Consideramos que, mais do que apenas um jornal, o Le Monde diplomatique – edição portuguesa é um projecto de militância democrática, de liberdade e de resistência."

http://pt.mondediplo.com/spip.php?rubrique10

sábado, 12 de abril de 2014

Shining in the Darkness

Décadas obstinadas na produção de Arte noturna levam-nos a adquirir a visão penetrante e aguçada das corujas.
After decades of nocturne Art, having only a small torch as a light source, there's no surprise that you get the powerful vision of an owl!

sexta-feira, 11 de abril de 2014

There Is Not Such Thing As "The Third Way"


Não há Terceira Via. O caminho viável é pela ala ESQUERDA das ruas.
Always walk on the LEFT side of the street. That's the way indeed!

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Sacred Car


«The future of street art: painting cars. I mean people have no problem putting tatoos on their bodies but when it comes to their cars (and there is as much steel in them as there is concrete on the road) it's like forget it. People freak, when you touch their cars. Nevermind that they're contributing to global warming, global conflict, pollution, health hazards in general and a generally dubious future for the world. Sacred the car is. It's the uniform, the business suit, the titanius layer of steel.»

Roadsworth (street artist)

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Confrontando a ordem prevista da cidade


"O graffiti inverte a ordem de quem prefere uma cidade “limpa” e muda, inscreve nos seus muros protestos e cores que contribuem para a formação de uma imagem heterogênea da cidade, é o buraco negro que evidencia tantos outros (in)visíveis.

Em meio a uma profusão de imagens, o graffiti muitas vezes é um ponto de intensidade que nos faz parar e reparar, confronta uma ordem prevista da cidade, desloca o sujeito do seu trajeto e, por isso, pode ser visto como uma ameaça, como um confronto.
[...]
A cidade torna-se, então, espaço de disputa. O mesmo muro que serve para separar também é usado pelo piXador que assina seu nome e dedica o piXo para a namorada ou para um amigo, pela publicidade que usa o stencil para pintar a face dos candidatos em período de eleição ou pelo graffiti que colore o seu cinza e intriga um passante mais atento."

Glória Diógenes e Alessandra Oliveira

terça-feira, 8 de abril de 2014

Lisboa adesiva


Uma enorme família de autocolantes foi de visita a Lisboa. Viveram todos momentos tão aprazíveis que alguns resolveram permanecer por lá.

A happy sticker family has just visited london. They had such a great time that some of them decided to stay there longer.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

From Autumn to Spring


Passados seis meses obtivemos, pela primeira vez, uma fotografia à luz do dia desta intervenção outonal. Graças ao acolhimento generoso por parte de todos os amigos cascalenses, a tinta ainda respira com as suas cores vibrantes :)

Here we are today, after six months this painting is still there. And this is the first daylight picture we took of it. Thank you all Cascais friends who let streets stay alive ;)

domingo, 6 de abril de 2014

Brazil Keeps On Getting Stronger


Em mais um breve périplo pela fascinante América Latina, pudemos registar, quase um ano depois, os indícios de um autocolante estropiado que heroicamente vem resistindo às intempéries.

Travelling again across the ocean, we could see what is left of a heroic sticker, after almost one year fighting against weathering.

sábado, 5 de abril de 2014

SUBLEVA-TE!!!




NÃO 
à humilhação, submissão
SIM 
à igualdade, integração, dignidade

Costah, um dos pouquíssimos Street Artists que mantém a verdade das ruas, o espírito autêntico de um ser humano gigante e um excelente Artista. Muita sorte têm as gentes do Porto, cujas ruas são presenteadas com as suas obras. Nestas fotografias, deu-nos a honra de uma participação conjunta :) Obrigado Grande Amigo!! Abraços

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Tikone Palmela


À entrada do Parque Palmela, em Cascais, Tikone deixou a sua marca, um dos mais talentosos e genuínos Street Artists que passaram por Portugal.
Tikone is a brazilian Street Artist who spread around some of the most beautiful walls Cascais has ever seen.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Desemprego: uma invenção desnecessária


"Há 1 milhão e 400 mil desempregados porque há 1 milhão e 400 mil postos de trabalho que não estão a ser utlizados de propósito. O Governo decidiu uma política recessiva que permita recuperar as taxas médias de lucro na produção e que o Governo definiu no próprio Orçamento de Estado: fazer cair o PIB, encerrar fábricas e empresas e criar ainda mais desemprego (cito o Relatório do Orçamento de Estado 2013). Isto faz-se desempregando pessoas, aumentando a jornada de trabalho para que um faça o trabalho de dois, intensificando tarefas (dando cada vez mais trabalho à mesma pessoa), aumentando impostos para fazer falir pequenas empresas (restaurantes, cabeleireiros, cafés, lojas), regulando a existência de estágios para exercer profissões (não obrigando à sua remuneração, por exemplo). A consequência disto é a médio prazo quebras na produtividade, os que trabalham estão exaustos e o número de esgotamentos duplicou e aumentou o número de acidentes de trabalho.

[...] Karl Marx veio dizer que esta é uma pequena parte da história – a menos importante. Porque há um outro factor, mais determinante para manter os salários baixos, aquilo que ele designou como exército industrial de reserva – uma gigante massa de desempregados. O desemprego é, no modo de produção capitalista, a forma mais rápida de baixar os salários porque quem está empregado sente-se ameaçado de perder o emprego e aceita a redução das condições laborais.

Não é no entanto necessário qualquer desempregado. Por exemplo, para fazer descer os salários dos advogados é preciso advogados desempregados; para baixar o valor dos salários dos professores é preciso professores desempregados, e por aí fora [...] E, afirmo-o sem qualquer dúvida, fazer desempregados é o objectivo principal da política governamental, se olharmos a economia na sua totalidade.

Sem um rumo de ruptura com estas políticas vai haver cada vez mais desemprego [...]

É preciso lembrar ainda que 1) Portugal tem no desemprego 1 milhão e 400 mil pessoas aptas para trabalhar 2) um país que precisa que se produza bens e serviços 3) não utiliza toda a capacidade instalada (investimentos, máquinas etc.) 4) os bancos estão inundados de dinheiro e não fazem investimentos, nem os chamados “grandes empresários” porque a remuneração do investimento via títulos da dívida pública é maior e mais segura, e porque as grandes empresas funcionam em regime de monopólio, não estão sujeitas à competição que podia levar a mais investimentos – no caminho morrem as PME porque a maioria depende das encomendas destes monopólios. [...] O direito ao trabalho é o direito à vida e, como bem social que é, o trabalho deve ser divido por todos e todos trabalharem. Não existe nenhuma solução realista para o nosso país que não seja a redução do horário de trabalho sem redução salarial. Todas as outras medidas são inúteis e não trarão qualquer resultado."

Raquel Varela

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Miséria moral contra o RSI


"Na passada sexta-feira, no final da interpelação ao governo feita pelo BE, ao ser questionado sobre a diminuição do número de beneficiários de RSI, o vice-primeiro-ministro Paulo Portas decidiu ter o seu momento «Vítor Gaspar», ensaiando uma resposta pouco limpa e nada cautelar. Segundo Portas, os ex-beneficiários em questão teriam deixado «de ter rendimento mínimo porque, por acaso, tinham mais de 100 mil euros na conta bancária», o que levou o deputado Pedro Marques a anunciar que o PS iria dirigir uma pergunta por escrito ao governo, tendo em vista saber quantos, dos cem mil beneficiários do RSI que perderam recentemente o direito à prestação, «tinham 100 mil euros no banco».Infelizmente, com a extinção, pelo actual executivo, da Comissão Nacional do Rendimento Social de Inserção (CNRSI) - que produzia relatórios da execução da medida e de caracterização dos beneficiários - torna-se hoje mais difícil aceder a dados detalhados que escrutinem a afirmação do ministro Paulo Portas. O que é pena, pois o último relatório desta comissão, de Junho de 2011, permitia por exemplo concluir que as situações de «fraude e abuso» (por incumprimento do programa de inserção, falsas declarações, falta à convocatória do IEFP, recusa do plano pessoal de emprego ou posse de património mobiliário superior ao limite, entre outras), representavam apenas cerca de 3% dos motivos de cessação da prestação, desmentindo portanto a tese, insistentemente propagada pela direita (e em particular pelo irrevogável partido de Paulo Portas), de que o RSI constituía um simples «subsídio à preguiça», concedido a uns malandros que dele não precisavam e apenas não pretendiam trabalhar.

Ora, é exactamente no quadro desta mesma sanha persecutória e miséria moral que se inscreve a insidiosa afirmação proferida por Paulo Portas. De facto, não só o Regulamento de Acesso ao RSI em vigor não determina a cessação da prestação a agregados familiares com depósitos bancários superiores a 100 mil euros (mas sim superiores a 25 mil euros), como a redução no número de beneficiários se verificou, paulatinamente, muito antes da fixação desse limite, para efeitos acesso ao RSI. O que a mentira descabelada de Paulo Portas procura esconder é pois outra coisa: ao apertar progressivo dos critérios de acesso à prestação, juntou-se, mais recentemente, um outro factor de exclusão, decorrente de regras administrativas responsáveis por sucessivos erros e atrasos dos serviços e que apenas servem para dificultar e até impedir, burocraticamente, o acesso e a permanência das famílias e indivíduos no RSI."


Nuno Serra 

terça-feira, 1 de abril de 2014

Waiting For Real Warm Spring






The weather is not still warm enough, it's been a cold Spring. This is an unfinished weather, just like these posters aren't completed yet.