«O plurilinguismo é a norma no mundo. Dois terços dos humanos são poliglotas: perto de 5 mil línguas para menos de 200 Estados! Não há uma relação estável entre as línguas, que se difundiram sempre em detrimento umas das outras, por intermédio de diversos factores, tais como o poder, o comércio, a cultura, a religião ou a urbanização.
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O número de línguas diminui, pelo menos desde o século XVI, com as conquistas, por um lado, e a constituição, por outro lado, dos Estados-Nação na Europa, que propagaram o unilinguismo. A assimilação pode ser suave (escolas, media) ou brutal (conquista, erradicação). Previsões pessimistas, baseadas no ritmo actual das extinções, anunciam o fim de 4500 línguas até daqui a um século. (...)
Caso persistam as tendências actuais, a maioria dos humanos acabará por viver em diglosia: língua vernacular para a vida quotidiana e local, língua internacional (sobretudo o inglês) para as actividades de prestígio.»
Françoise Gadet