São conhecidas as boas intenções por trás da realização da arte de rua. Trata-se de uma partilha.
Quem pinta deve saber o que faz. Deve dispor de competência cultural e bom domínio dos meios operativos. As ruas não devem ser mal-tratadas com lixo visual. Para isso já há a falta de planeamento urbanístico, as construções desenfreadas do betão, a poluição a todos os níveis tóxica da publicidade comercial presente em cada metro quadrado...
A escolha dos suportes da pintura deve obedecer a critérios bem ponderados. Por exemplo, deve dar-se preferência a edifícios abandonados e muitas vezes já em ruínas. Mas todo o mobíliário urbano pode ser poeticamente utilizado, desde que a sua função não seja inviabilizada. Arte não é vandalismo.
Deve haver ética nos procedimentos de um artista de rua.
Não se pintam carros, nem locais de culto, nem cemitérios. Tampouco se pintam moradias, salvo algumas excepções (por exemplo Bairro Alto, ou muros virados para a linha do comboio...). De resto, atacar as paredes imaculadas de uma habitação na maior parte dos casos é cobardia. O legítimo direito do cidadão-artista à expressão da sua arte de rua não precisa de colidir com o direito de um cidadão-proprietário a estimar os muros que lhe pertencem. São incontáveis as paredes mortas no espaço público. Usemo-las. Todos ganhamos com isso.
Ganha a cidade.
1 comentário:
olha, tem as cores do meu castelo ;)
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