E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José? e agora, você? você que é sem nome, que zomba dos outros, você que faz versos, que ama, protesta? e agora, José?
Está sem mulher, está sem discurso, está sem carinho, já não pode beber, já não pode fumar, cuspir já não pode, a noite esfriou, o dia não veio, o bonde não veio, o riso não veio, não veio a utopia e tudo acabou e tudo fugiu e tudo mofou, e agora, José?
E agora, José? Sua doce palavra, seu instante de febre, sua gula e jejum, sua biblioteca, sua lavra de ouro, seu terno de vidro, sua incoerência, seu ódio – e agora?
Com a chave na mão quer abrir a porta, não existe porta; quer morrer no mar, mas o mar secou; quer ir para Minas, Minas não há mais. José, e agora?
Se você gritasse, se você gemesse, se você tocasse a valsa vienense, se você dormisse, se você cansasse, se você morresse... Mas você não morre, você é duro, José!
Sozinho no escuro qual bicho-do-mato, sem teogonia, sem parede nua para se encostar, sem cavalo preto que fuja a galope, você marcha, José! José, para onde?
Carlos Drummond de Andrade
Beijos, poeta! E agora? Vão te achaaaaaaaaaaaaaaaaar! \o/
hahaha abusaste, fiquei parvo com este teu post!! Não estava a espera, mas digo.t foi uma ideia genial!!! nunca tinha visto um stencil dentro do comboio,acho que és pioneiro nisso, quase de certeza ! Aposta nisso man!abraço.
hehe mais do que brutal !! grande ideia.. sempre esperei ver um graff teu num train mas sempre a pensar na parte de fora XD passa no meu flickr para veres o meu ai na zona de Lisboa (seixal graffiti ) continua Abraço ;D
4 comentários:
*_*
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?
E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio – e agora?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?
Carlos Drummond de Andrade
Beijos, poeta! E agora? Vão te achaaaaaaaaaaaaaaaaar! \o/
hahaha abusaste, fiquei parvo com este teu post!! Não estava a espera, mas digo.t foi uma ideia genial!!! nunca tinha visto um stencil dentro do comboio,acho que és pioneiro nisso, quase de certeza ! Aposta nisso man!abraço.
hehe mais do que brutal !! grande ideia.. sempre esperei ver um graff teu num train mas sempre a pensar na parte de fora XD passa no meu flickr para veres o meu ai na zona de Lisboa (seixal graffiti ) continua Abraço ;D
Friends will visit you on jail and bring you spray cans! ;)
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