«Desde cedo o movimento operário se apercebeu que o desemprego (a criação de um exército de reserva de mão de obra disponível) era um dos meios que o capital usava para pressionar a baixa do valor dos salários dos trabalhadores empregados e que a ameaça de despedimento era, para além de todas a justificações circunstanciais invocadas, uma outra forma de condicionar o valor da força de trabalho e de tentar obter o consentimento dos trabalhadores nessa depreciação do seu trabalho.
Só a aceitação acrítica dos dogmas do sistema capitalista podem tornar natural e racionais o poder dos capitalistas nas empresas, na sociedade e no aparelho político do estado, assim como os seus objectivos.
Ao longo do século XX, o trabalho foi gerando direitos; hoje e sobretudo agora com a crise económico-financeira, interna e internacional, o grande patronato faz uma miserável e intolerável chantagem sobre os direitos do trabalho ou sobre o trabalho com direitos, procurando que os trabalhadores, para manterem o seu emprego, sejam obrigados a cederem constantemente direitos.»
Manuel Gusmão
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