"Lembro-me do tempo em que muitos diziam, perante a entrada da Troika na Grécia, com os seus empréstimos condicionados à austeridade e às privatizações, que isso não ia acontecer a Portugal.
Lembro-me do tempo em que muitos diziam, e alguns deles ainda dizem, que depois da Troika íamos ficar muito melhor. As privatizações estão quase todas feitas, infelizmente é verdade, mas nas metas propaladas estamos piores em tudo: dívida, défice, PIB, desemprego...
Portugal ainda não está tão destruído como a Grécia, mas depois das eleições vão acabar os discursos fantasistas. A dureza da realidade (de curto, médio e longo prazo) instalar-se-á de forma dramática.
Nos próximos dias, vai valer tudo contra o povo grego. E aqui, quem quereríamos nós nas mais duras negociações, a resistir contra chantagens e humilhações? Melhor dizendo: quem quereremos? E como ocuparemos as ruas e os espaços de informação e discussão para desequilibrar em nosso favor este combate tão desigual? Propague-se o vírus da esperança. Europa sem democracia e Estado Social não é união, é abuso."
Sandra Monteiro
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