«Uma economia desembaraçada do obstáculo que representa o social, espécie de ganga patética cujo peso seria a causa de regressão e crise.
Os outros conceitos-chave do pensamento único são conhecidos: o mercado, cuja "mão invisível corrige as asperezas e as disfunções do capitalismo", e, em particular, os mercados financeiros, cujos "sinais orientam e determinam o movimento geral da economia"; a concorrência e a competitividade que "estimulam e dinamizam as empresas, levando-as a uma permanente e benéfica modernização"; o livre-comércio sem fronteiras, "factor de desenvolvimento ininterrupto do comércio e, portanto, das sociedades"; a mundialização (...); a divisão internacional do trabalho que "modera as reivindicações sindicais e baixa os custos salariais"; a moeda forte, "factor de estabilização"; a desregulamentação; a privatização; a liberalização, etc. Cada vez "menos Estado", uma arbitragem constante em favor dos rendimentos do capital em detrimento dos rendimentos do trabalho. E uma indiferença em relação ao custo ecológico.
A repetição constante, em todos os media, desse catecismo (...) confere-lhe tal força de intimidação que ela acaba por sufocar qualquer tentativa de reflexão livre e torna muito difícil a resistência contra esse novo obscurantismo.»
Ignacio Ramonet
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