Como se sabe, em Portugal, mesmo em tempos de crise e de empobrecimento geral, os bancos conseguem lucros escandalosamente desmedidos. Quando há aumento dos impostos pagos por todos, os bancos, protegidos por sucessivos governos vassalos do capital, pagam menos imposto que qualquer outra empresa. Numa altura em que se exigem sacrifícios aos cidadãos, em que se extinguem apoios sociais fundamentais, em que se rouba nos salários de quem trabalha, os banqueiros, sempre abastados, são poupados aos sacrifícios e ainda recebem apoios financeiros do Estado. Por mais voltas que se dê, por mais que se tente negar as evidências, o neoliberalismo e o capitalismo financeiro conduzem à concentração da riqueza, geram ricos cada vez mais ricos e pobres cada vez mais pobres.
Neste contexto, pintar a fachada de um banco é extremamente arriscado. Quem vive na opulência egoísta não gosta da arte militante, e valer-se-á do seu poder musculado para perseguir e esmagar artistas bem intencionados. Se os apanhar.
Portanto, é preciso planear a intervenção cuidadosamente. É necessário rapidez e disciplina. As dificuldades do desafio são ultrapassadas graças à tenacidade de um autêntico espírito de missão.
As desigualdades sociais persistirão enquanto os cidadãos subservientes o permitirem. A luta e a resistência devem ser modos de vida. Por uma sociedade melhor.
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