sábado, 16 de novembro de 2013
CORAGEM no COMBATE a um futuro de miséria e subdesenvolvimento
" A crise financeira iniciada em 2008 deu aos neoliberais o pretexto para um salto de gigante na reconfiguração do Estado. Depois de criar um problema de dívida pública com salvamentos bancários (...). Sobretudo com a actual maioria no governo, totalmente identificada com o projecto austeritário, o desmantelamento do Estado social, a desvalorização do trabalho, o aumento do desemprego e da emigração, e o empobrecimento e a recessão aprofundaram-se a níveis impossíveis de imaginar numa democracia que não tivesse caído na armadilha do «regime de emergência». O garrote de uma dívida que cresce perpetuamente e o dos tratados e compromissos internacionais (actuais e futuros) garantem décadas de miséria e subdesenvolvimento. Tudo para alimentar o sistema financeiro e os negócios privados que crescerão à sombra de um Estado «libertado» das suas arreliantes finalidades colectivas.
O Orçamento do Estado para 2014 (...) é justamente a sagração deste projecto que considera que o Estado é desperdiçado na população. Mantém todas as receitas da via austeritária, que não cumprem nenhum dos objectivos proclamados, e aprofunda-as (...). Ao criar esse «Estado paralelo» (...), que dependerá do dinheiro público para prosseguir fins privados, os neoliberais pensam conseguir, por fim, colocar uma sociedade cada vez mais desigual perante a experiência prática de serviços públicos sem qualidade (quando existem). Isto alimentará uma profunda desconfiança dos cidadãos na esfera pública, na democracia.
(...) Desde a década de 1980 que o neoliberalismo está a ganhar força contra o bem-estar comum. Aqui chegados, não podem ser adiadas respostas corajosas que lhe abalem as estruturas e o façam soçobrar. Quem não tiver esta coragem limitar-se-á a tentar gerir uma tragédia ingerível."
Sandra Monteiro
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