"Estamos perante uma farsa limpa, uma realidade suja e uma saída que, nestes moldes, simplesmente não existe. A farsa, eficazmente montada por responsáveis políticos preocupados com as eleições de 25 de Maio para o Parlamento Europeu e reproduzida sem qualquer exigência crítica pela generalidade dos meios de comunicação, está a tornar-se intoxicação.
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A celebração da «saída limpa» não é, portanto, nem «saída» nem «limpa». [...]
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[...] a realidade de quem vive do seu trabalho será trabalhar mais e receber menos; a de quem cai na precariedade será a constante perda de direitos; a de quem está desempregado será a emigração ou a eternização dessa condição (com subsídios reduzidos ou sem qualquer protecção social, como já acontece a 445 mil dos 812 mil desempregados); a de quem se reforma será a de pensões que deterioram muito o seu nível de vida. Ao lado da pobreza e da desigualdade, a riqueza continuará a acumular-se entre os beneficiários da austeridade.
[...] Por muito que se tente manipular a realidade, a tragédia, quando se instala, é sempre suja."
Sandra Monteiro
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