Bertrand Russell
quinta-feira, 24 de abril de 2008
Subserviência escolar
«Passive acceptance of the teacher's wisdom is easy to most boys and girls. It involves no effort of independent thought, and seems rational because the teacher knows more than his pupils; it is moreover the way to win the favour of the teacher unless he is a very exceptional man. Yet the habit of passive acceptance is a disastrous one in later life. It causes man to seek and to accept a leader, and to accept as a leader whoever is established in that position.»
Bertrand Russell
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2 comentários:
Então agora com a nova lei a gestão escolar é que vai ser! Isto lembra-me aquele video dos Pink Floyd com os meninos e as meninas a serem formatados.
Quando dei aulas, tinha um aluno, aquele sobre o qual recaiem todas as culpas só e apenas porque errou uma vez, sendo que o erro que cometeu seria justificável tendo em conta a desconfiança que se deposita à partida num "rebelde", e o meio familiar onde estava inserido. Curioso...esse aluno, era inteligente, não queria mostrar o que valia por pirraça, típico de alguém que apenas quer um pouco de atenção, algum respeito e muita confiança.
A minha estratégia foi simples e eficaz, no meio do turbilhão que os adolescentes geram por si só, em que um fala mais alto apenas para se fazer ouvir melhor que o outro...e por aí...dei-lhe a tarefa, merecedora de respeito, de se incumbir de manter a ordem entre os amigos.
Como é que ele se sentiu? Orgulhoso, feliz, pela primeira vez estava a ser útil a alguém...fazer com que outros se responsabilizem de outros, origina auto-responsabilização e respeito por quem lhe deu essa autoridade, no caso eu.
Este rapaz fazia grafitti, ou queria muito saber fazer e nunca ninguém ligou, porque dá trabalho desviarmo-nos do nosso rumo, regra geral as talas que temos nos olhos são tão fortes que não se dissipam nem com a tristeza alheia, pelo contrário.
A muito custo consegui uma parede da escola para esse rapaz pintar. Nunca o vi tão entusiasmado, atento, bem disposto na vida!Todos os dias vinha-me dar desenhos que fazia a lápis em papel quadriculado, os únicos utensílios que tinha, mas que para ele não constituíam nenhum entrave à expressão da sua arte.
Houve luta na escola e ele estava presente como tantos outros...quem foi o culpado, ainda que toda a comunidade escolar soubesse do contrário? Precisamente...como castigo tiraram-lhe a parede, o sonho, o respeito que os outros lhe tinham e mais uma vez o respeito por ele mesmo.
Triste. Triste esta miserável sociedade em que vivemos em que ao invés de nos ajudar a crescer nos diminui e nos torna violentos a preço aparentemente gratuito, triste sermos esmagados por termos tendências, inclinações, talentos inatos, que não os convencionais.
Triste a incompreensão de que somos alvo durante uma vida toda e tristes daqueles que mudam apenas para existirem não sei bem onde.
É tudo tão triste, que às vezes só apetece baixar os braços e seja o que Deus quiser. Chamo a isto desitir, nunca acreditei que as coisas nos caiem do céu, mas acredito que as coisas não aparecem só com a nossa luta.
O que faltará mais?Às vezes questiono-me o que é que me anda a escapar, e que deve ser algo tão óbvio...óbvio demais para eu ver, entender, aceitar.Se calhar tudo isto é tão simples que se resume a isto mesmo. A vida é isto, deve ser.
Beijinhos
P.S.- Trata-me por tu:)
Rita Nery
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