A arte urbana é uma espécie de oferenda. Às vezes mais às vezes menos modesta, mas sempre uma oferenda. Desde o momento em que uma obra de arte é realizada na rua declara-se aberta a exposição. Sem jornalistas para cobrirem o evento, nem galeristas para receberem os visitantes, nem porto de honra. A exposição é imediata, tão simples quanto isso. Trata-se de uma oferta sensível e intelectual de um cidadão anónimo para outros vários cidadãos anónimos. Tal como é anónima a grande maioria de pessoas que determina o curso da história humana. No espaço público o intercâmbio democrático simplesmente vai acontecendo, com toda a naturalidade. A exposição durará o tempo que tiver que durar. A obra persistirá sem ser transformada ou removida enquanto a cidade a aceitar. Pode durar um dia, um mês ou mesmo vários anos.
2 comentários:
É verdade, meu caro. Em especial quando são como estas. Ainda há dias passei na Avenida da Venezuela (por detrás do antigo Estoril-Sol) e senti verdadeira alegria por ver um «dalaiama».
Fico imaginando o dia que eu puder ir à Portugal e der de cara com uma destas em Cascais... ah... com certeza ficarei muito feliz e me lembrarei desse poeta incrível que você é...
Beijos, Dalai, e bom fim de semana.
Enviar um comentário